Produção de Shampoo

Ao longo da história da humanidade, os cabelos expressam personalidade como uma forma de adorno, mas, além disso, também atuam como isolante térmico, protegem contra a radiação ultravioleta e agem como barreira para abrasão mecânica. O couro cabeludo é uma extensão da pele humana coberta por pelos pigmentados. Os cabelos são quimicamente formados por cerca de 85% de queratina, que é uma proteína capaz de dar resistência mecânica e estrutural aos fios por ser insolúvel em água. A estrutura do cabelo é formada pela cutícula (parte mais externa, atua como barreira e tem função de proteção da fibra), pelo córtex (interior do fio, contém pigmentos que dão cor aos fios e é responsável pela resistência à tração da fibra) e pela medula (parte central do fio, compõe uma pequena parte da massa capilar e pode não estar presente em todos os tipos de cabelo) como é mostrada na Figura 1:

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), no primeiro quadrimestre de 2024, os produtos para cabelos obtiveram grande destaque ao atingirem cerca de US$ 67,8 milhões em exportações, superando os valores arrecadados nas categorias dos sabonetes (US$ 48,8 milhões) ou dos produtos de higiene oral (US$ 24,0 milhões), fortalecendo o setor de maneira importante. O shampoo faz parte deste grupo e tem a função de higienizar o couro cabeludo e os fios através da remoção de oleosidade, impurezas e células mortas.

Esta limpeza é auxiliada pelo uso de tensoativos, que podem ser naturais ou sintéticos. Esta classe de substância química apresenta uma parte polar e outra apolar em sua estrutura, o que possibilita a interação com interfaces que possuam afinidade ou aversão à água (hidrofílicas ou hidrofóbicas). A depender da sua carga na parte polar, os tensoativos podem ser classificados em: aniônicos, catiônicos, anfóteros e não-iônicos. Em geral, utiliza-se um tensoativo aniônico como primário, pois ele libera carga negativa e favorece a abertura das cutículas com o pH ácido. Já o tensoativo anfótero, atua na limpeza combinada e mais suave. Por fim, o tensoativo aniônico é utilizado para auxiliar na estabilidade da espuma.

Além dos tensoativos, as formulações de shampoo também possuem:

• Espessantes: aumentam a viscosidade;
• Umectantes: contribuem para a absorção de água, evitando o ressecamento;
• Conservantes: impedem as interferências microbiológicas;
• Sequestrantes: garantem a estabilidade da formulação, protegendo contra os íons de dureza da água;
• Reguladores de pH: definem o pH adequado da formulação;
• Fragrâncias: caracterizam o cheiro do produto.

Referências:

ABIHPEC, Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Corrente de Comércio do setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos cresce 5,2% no primeiro quadrimestre de 2024. 2024. Disponível em: https://abihpec.org.br/site2019/wpcontent/uploads/2023/01/Panorama_do_Setor_Atualizado_01.02.23-1.pdf. Acesso em: 15 ago. 2025.

PEDREIRA, Giovanna Carneiro Ronzé. Avaliação ambiental de ciclo de vida comparativa de xampu baseado em ingredientes naturais e xampu convencional. 2023. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2023. Disponível em: https://w1files.solucaoatrio.net.br/atrio/ufrj-peq_upl/THESIS/10004027/18_12_2023_msc_giovanna_20231221085848453.pdf. Acesso em: 20 ago. 2025.

ROBBINS, Clarence R. Chemical and physical behavior of human hair. 5 ed. Florida: Springer Verlag, 2012.

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