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Projeto da UFPB acolhe mães de crianças com TEA e oferece avaliação interventiva
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está com inscrições abertas para mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista que desejarem participar do Projeto de Extensão e de Pesquisa “Além de ser mãe azul”, que oferece avaliação psicológica interventiva e acolhimento. O objetivo da iniciativa é identificar e promover fatores protetivos para o bem-estar dessas mães, como a resiliência, apoio social, identidade da mulher e o que ela faz por ela, além de ser mãe.
O serviço é realizado por quatro discentes do curso de Psicologia, sob a coordenação da Profa. Maria Gabriela Costa Ribeiro, do Departamento de Psicologia do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA). As sessões são presenciais, semanais, com duração de 50 minutos, sendo de 04 a 05 encontros realizados na Clínica Escola de Psicologia da UFPB.
São ofertadas 20 vagas. As interessadas podem entrar em contato pelo e-mail do projeto maeazul.ufpb@gmail.com ou pelo perfil de Instagram @maeazul.ufpb, até o dia 30 de agosto.
Durante o acompanhamento, as mães passam por entrevistas e respondem a instrumentos psicológicos. Além da avaliação interventiva, os dados coletados servirão à análise científica para a pesquisa intitulada “Identificação e promoção de fatores protetivos para mães de crianças com transtorno do espectro autista”, com o retorno individual às participantes sobre o processo.
De acordo com a professora Maria Gabriela Ribeiro, no atendimento às mães a equipe utiliza uma área da psicologia chamada avaliação psicológica, que tem por objetivo identificar recursos pessoais para uma tomada de decisão. A equipe chama de avaliação interventiva, uma vez que são utilizadas técnicas da psicologia e, durante o processo, pode haver um efeito terapêutico nas participantes.
“É diferente de uma psicoterapia que já tem esse objetivo primário. Nessa direção, quando identificamos esses recursos, buscamos promover por meio de uma escuta atenta e uma entrevista devolutiva onde elas receberão retorno sobre suas características pessoais. Essa parte é mais que a entrega de um documento, é uma entrevista onde se discute em conjunto com ela o que foi observado no processo”, explicou a docente.
Ainda segundo a coordenadora do projeto, a iniciativa oferece o serviço para a população-alvo ter um espaço dedicado apenas a elas, uma vez que, em geral, as mulheres são as responsáveis pelo cuidado integral dos filhos e nem sempre são cuidadas. “Muitas deixam de realizar suas atividades pessoais para se dedicar aos cuidados dos filhos. Dessa forma, como não há políticas públicas direcionadas para essa população, o projeto oferece esse serviço ainda escasso. Tivemos retorno positivo das mães que participaram. Apesar de não ser psicoterapia, foi possível observar o quanto esse processo fez bem”, disse Maria Gabriela Ribeiro.
O projeto está vinculado ao curso de Psicologia da UFPB, ao Programa de Pós graduação de Neurociência Cognitiva e Comportamento, e ao Núcleo de Estudos da Cognição e Avaliação Psicológica-NECAP.
Foto: Freepik