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UFPB concede título de professor emérito a ex-reitor Neroaldo Pontes
“Foi um dos melhores reitores que a universidade já teve”. A declaração, que também já havia sido dada minutos antes pela vice-reitora Mônica Nóbrega, foi dita pela reitora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Terezinha Domiciano. Mais do que um elogio, as palavras eram um agradecimento à trajetória do homenageado da noite: o professor Neroaldo Pontes, ex-reitor da universidade, que recebeu ontem (14), em solenidade no auditório da Reitoria, o título de professor emérito.
A proposição, aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário, partiu da reitora, da vice-reitora e do coordenador da Secretaria dos Órgãos Deliberativos da Administração Superior (SODS), Marcelo Sitcovsky.
Nascido na cidade de São Caetano, no Agreste pernambucano, ao lado de Caruaru, Neroaldo chegou à Paraíba em 1977, para ser docente no departamento de letras da UFPB e se sentiu “imediatamente abraçado” pelo local, conforme disse o professor emérito em seu discurso de agradecimento. Em sua fala, a vice-reitora, oriunda do mesmo departamento do homenageado, destacou a trajetória acadêmica dele e sua contribuição para o campo da literatura brasileira. “Sua edição crítica d’A bagaceira [romance de José Américo de Almeida] é uma das mais respeitadas”, exemplificou.
Mas a contribuição de Neroaldo também se deu na área de gestão, tendo ocupado cargos como diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), de presidente da Associação dos Docentes (ADUFPB) e de reitor da UFPB, cargo ocupado entre 1992 a 1996. Sobre a gestão dele à frente da universidade, a reitora Terezinha disse que ele era uma inspiração para sua própria gestão. “O mandado de Neroaldo Pontes trouxe para a sociedade um modelo de gestão pública voltada à educação”, afirmou. “Foi uma gestão com compromisso social”. Já a vice-reitora Mônica destacou que a gestão de Neroaldo foi marcada pela valorização dos saberes regionais e pelo diálogo com movimentos populares.
Neroaldo Pontes subiu ao palco ao som da canção “Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, interpretada pela cantora Izadora França e por um quinteto de músicos da Orquestra Sinfônica da UFPB. Após o discurso de Mônica Nóbrega, já vestido com as vestes talares, a beca especial de professor emérito, ele se disse honrado com a homenagem e relembrou o que considera como pontos marcantes de sua gestão. “Nosso projeto visava ao fortalecimento do bem público. A universidade passou a trabalhar para a comunidade. A UFPB voltou a celebrar convênios nacionais e internacionais”, destacou.
Ele também enfatizou outras ações de sua administração, como ter dado início a uma política de descentralização e ao processo de criação da Universidade Federal de Campina Grande, que veio a ser concretizado em 2002.
Também foi destacado durante a cerimônia que as contribuições do professor emérito para a educação e a gestão pública não cessaram após seu reitorado. Ele chegou a ocupar os cargos de secretário de educação tanto em João Pessoa como no estado da Paraíba, nos quais, segundo Neroaldo, ele se empenhou para um trabalho humanizado e voltado aos mais carentes.
O título de Professor Emérito é concedido a docentes aposentados da UFPB que, por meio de suas trajetórias no ensino, pesquisa ou extensão, trouxeram contribuições notáveis para o desenvolvimento da universidade.
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