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Evento na UFPB discute biodiversidade e negócios

Economia verde, economia sustentável, bioeconomia. Diante da intensificação do processo de ebulição global, com catástrofes climáticas se tornando cada vez mais comuns, esses termos têm se popularizado para nomear tentativas de conciliar a produção de riquezas com a preservação do meio ambiente. Mas o simples fato de os negócios se relacionarem à natureza os torna necessariamente sustentáveis? A discussão sobre os desafios envolvidos nessas iniciativas vão pautar a Reunião Anual do IRD Brasil 2025, que acontece nos próximos dias 15 e 16 na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e terá como tema “Conectando biodiversidade, cultura e negócios para uma bioeconomia potiguara”.
Além de pesquisadores brasileiros e franceses, o evento contará com a participação da presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Denise Carvalho. Será a primeira vez que um presidente dessa instituição visita a UFPB, segundo o professor Rafael Raimundo, um dos organizadores do evento e professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Sustentabilidade do campus IV da universidade (Rio Tinto/Mamanguape).
O encontro é promovido pela UFPB em conjunto com o Instituto Francês para o Desenvolvimento (ou, na sigla em francês, Institut de Recherche pour le Développement - IRD), órgão ligado ao governo francês e que atua no Brasil há décadas, estabelecendo parcerias entre pesquisadores dos dois países e financiando pesquisas. No primeiro dia, serão realizadas visitas técnicas a territórios indígenas nas proximidades do campus IV e no segundo dia haverá mesas de debate e palestras, no auditório da reitoria, em João Pessoa.
Raimundo explica que a ideia do evento é aprofundar a discussão sobre como construir bioeconomias inclusivas. “Se fala muito sobre bioeconomia hoje em dia, mas esse conceito não é problematizado. Será que o simples fato de plantar cana-de-açucar se trata de bioeconomia?”, questiona. Isso porque se iniciativas como essas forem feitas em caráter de grandes monoculturas, pode haver desmatamento para plantação, além da ausência de biodiversidade, o que prejudica a manutenção dos ecossistemas. O professor acrescenta que o principal objetivo é escutar os moradores dos territórios indígenas visitados sobre como eles articulam biodiversidade, cultura e negócios em suas atividades, a fim de fazer uma ponte entre a população, os acadêmicos e o poder público.
Para o professor, a realização do encontro na UFPB é um reconhecimento importante para a instituição, que recebe financiamento do IRD desde 2023, através do Laboratório Misto Internacional “Ideal”, localizado no campus IV. “A UFPB tem se firmado como referência no estudo de como compatibilizar biodiversidade e floresta em pé com novos negócios, diz”.
As mesas de debate e palestras serão abertas ao público. A programação do evento pode ser vista no banner abaixo.