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UFPB integra projeto nacional que investiga origens históricas da desigualdade no Brasil
O Brasil é marcado por profundas desigualdades, seja no campo econômico ou político. Mas desde quando vem essa situação e quando ela se intensificou? Para investigar essa questão, um grupo de 206 pesquisadores, brasileiros e estrangeiros, fará um levantamento de documentos históricos, do século 18 ao início do 20, que serão digitalizados e comporão uma base de dados. Trata-se do projeto “INCT Regiões: história social das desigualdades no Brasil”, contemplado com cerca de R$ 20 milhões no edital do Programa Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCTs/CNPq). A iniciativa é integrada por centros de pesquisa em diversos estados brasileiros. Na Paraíba, a pesquisa será realizada por pesquisadores do departamento de História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), vinculados ao Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional (NDIHR), também da UFPB.
“Existe uma fala no Brasil de que todo o fosso da desigualdade se deu a partir da formação do período colonial, tese que defendemos. Outra corrente diz que a desigualdade se intensifica a partir do século 20, com a industrialização e a abertura para o capital estrangeiro”, comenta o professor Martinho Guedes, vice-coordenador do NDIHR e coordenador do projeto na Paraíba. “A ideia de que a desigualdade começa no Brasil colônia é muito falada, mas queremos investigá-la mais a fundo e comprová-la através de dados e documentos”, explica.
Dentre os documentos que serão levantados, analisados e escaneados estão registros de terras, tombos de escravizados, e registros de patrimônios e de imóveis, os quais serão coletados em arquivos paroquiais e judiciários, além de arquivos públicos municipais.
O projeto terá duração de 5 anos e deve ser iniciado este semestre. Com os recursos que lhe serão destinados, o NDIHR deverá adquirir scanners planetários, computadores, mesas de higienização e outros equipamentos necessários para o escaneamento dos documentos históricos.