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Pesquisadores da UFPB desenvolvem microencapsulado com potente atividade antifúngica

publicado: 03/01/2020 18h35, última modificação: 23/10/2025 18h30
Composto apresenta estabilidade térmica e eficácia contra fungos do gênero Candida

Pesquisadores da UFPB desenvolvem microencapsulado com potente atividade antifúngica

Um microencapsulado com comprovada atividade antifúngica, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), representa um avanço na busca por terapias mais eficazes e seguras contra infecções fúngicas. O invento demonstrou estabilidade térmica e elevada atividade farmacológica contra espécies como Candida albicans, Candida tropicalis e Candida parapsilosis, microrganismos responsáveis por doenças oportunistas de difícil controle clínico e crescente resistência aos antifúngicos convencionais.

De acordo com o pesquisador Fernando José de Lima Ramos Júnior, o objetivo do estudo foi desenvolver uma alternativa menos tóxica e mais eficiente aos medicamentos disponíveis no mercado. “A proposta surgiu diante da necessidade de reduzir a toxicidade e aumentar a eficácia dos antifúngicos, cuja ação tem sido prejudicada pela resistência fúngica”, explica.

O evento foi desenvolvido a partir de quantidades equimolares de Bifenil 4-Carboxilato de Metila (B4CMET) e de β-ciclodextrina (βCD). O microencapsulado foi obtido por meio de processos controlados de solubilização, agitação e evaporação, resultando em um complexo capaz de aprimorar as propriedades biofarmacêuticas do composto original. Essa estrutura garante maior estabilidade e potencial terapêutico, abrindo caminho para futuras aplicações farmacêuticas.

Grande parte dos experimentos foi conduzida no Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos (IPeFarM/UFPB) e no Laboratório de Microbiologia da UEPB (LABDEM).

A pesquisa teve início em 2014, como tese de doutorado de Fernando José, sob orientação do professor Rui Oliveira Macedo, e envolveu também os pesquisadores Deysiâne Oliveira Brandão, Karla Monik Alves da Silva, Ana Cláudia Dantas Medeiros, Marta Maria Conceição, Damião Pergentino de Sousa, e Fábio Santos de Souza.

O resultado desse trabalho de longa duração foi reconhecido com a concessão da Carta Patente nº BR 102018068337-3, expedida em julho de 2025 pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O documento garante aos inventores e às instituições envolvidas os direitos sobre a propriedade intelectual do microencapsulado por 20 anos, contados a partir do depósito realizado em 2018.

Fernando José destaca o papel essencial da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova) no apoio durante todo o processo de proteção da invenção. “A Inova nos apoiou de forma brilhante desde o depósito até a obtenção da carta patente. É uma sensação de realização ver o resultado de um trabalho árduo reconhecido e poder retribuir à sociedade o investimento que faz na pesquisa pública”, afirma.

Atualmente, o pesquisador segue desenvolvendo novas pesquisas em instituições privadas, mas reconhece que a base de sua trajetória científica foi construída na UFPB. “A UFPB teve um papel importantíssimo, pois foi onde desenvolvi grande parte da pesquisa e sem os experimentos realizados nos laboratórios, jamais teria obtido essa patente”, conclui.

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Texto: Elidiane Poquiviqui
Foto: Angélica Gouveia